3 de novembro de 2011

Barra do Garças sua História, sua origem, leiam e conheçam mais





Fotos antigas de Barra do Garças

Historia de Barra do Garças

SUA ORIGEM


Na margem esquerda do rio Araguaia está o município de Araguaiana fundado em 1813, que antes se chamava Registro do Araguaia.

Como a cidade era muito grande em extensão territorial, seus moradores viviam quase isolados do resto do país, por falta de comunicação e de estradas, pois o único meio de transporte era o fluvial, feito por barcos através do Rio Araguaia.

A fama das ricas minas de diamantes na confluência dos rios Garças e Araguaia, atraia muitos garimpeiros que vinham do norte, e passavam por Araguaiana.

Na época o maior povoado da região era Baliza, muitos dos garimpeiros que vinham a procura das jazidas de diamante seguiam para lá, e costumavam parar para pouso na barra do rio Garças na casa de um sitiante. Próximo a casa deste havia um córrego onde ele teria encontrado muitos diamantes.

Sendo informados desse grande achado, os visitantes começaram a se fixar na região dando inicio ao povoado conhecido como Barra Cuiabana pelo fato de haver do outro lado do rio Araguaia um povoado chamado Barra Goiana.

Acompanhado por um grupo de amigos, Antônio Cristino Cortes, conceituado líder de Araguaiana, resolveu aventurar-se no garimpo em Barra Cuiabana.

Orientando na demarcação e distribuição de lotes para famílias do povoado e descartando a possibilidade de se construir barracas, o povoado de Barra Cuiabana tomou logo feição de cidade.

Com a instalação de igrejas, pensões, comércios e escolas o povoado teve um rápido e grande desenvolvimento,logo Barra Cuiabana foi considerada uma vila, em seguida município recebendo o nome oficial de Barra do Garças.
http://www.morbeckxcarvalhinho.com.br/


EVOLUÇÃO


Com achegada de Antônio Cristino Cortes seguido de alguns garimpeiros no ano de 1924, formou-se o núcleo garimpeiro de Barra do Rio Garças


O crescimento gradativo do núcleo populacional da região, deve-se ao fato de muitas famílias mudarem de Araguaiana para Barra Cuiabana. Com o crescimento da região, foi criada em 1932 a primeira escola municipal com nome Rui Barbosa, e para o cargo de professora D. Antônia Almada (D. NENZICA). Após a descoberta de uma grande mancha diamantífera na praia da Barra Goiana, no ano de 1933, pelo Sr. Joaquim do Guardiato, houve um grande fluxo de garimpeiros vindo do Norte.


Oficializada pelo estado de Mato Grosso, a escola passou a ser o Grupo Escolar de Rui Barbosa, tendo como professor estadual o Sr. Newton Gerônimo do Carmo.


Descoberto um novo garimpo próximo as águas quente em 1937, denominado como Monchão do Aroeira .Iniciou-se então um novo povoado, dando um novo impulso em Barra do Garças

Descobertas novas manchas de diamantes na foz do Rio das Garças, em 1942, ficando conhecida como a “Virada do Zeca Costa”, Barra do Garças retoma seu impulso progressista.


Com a chegada da Expedição Roncador Xingu na Barra Goiana, que seguia rumo ao Rio das Mortes, foi fundada em 1943 a cidade de Aragarças. Sendo transformada futuramente em Fundação Brasil Central, a Expedição Roncador Xingu, foi quem trouxe o desenvolvimento para a região.


A cidade de Aragarças, se estruturou rapidamente com o incentivo do Governo Federal, seu progresso acabou atraindo moradores de outras regiões, refletindo também em Barra do Garças.


Havendo em 1947 eleições para prefeito de Araguaiana, foram candidatos e eleitos: Antônio Paulo Costa Bilego juntamente com Cristino Côrtes, para prefeito e vice; José Guimarães Filho, Fleury Custódio Belém e Antônio Maria dos Santos, como candidatos a vereadores. Todos de Barra do Garças.


Pela dificuldade de viajar toda semana a cavalo, e administrar o município a distancia, o prefeito de Araguaiana, Bilégo juntamente com 4 dos 5 vereadores, que moravam em Barra do Garças pediram a sua emancipação política, o que aconteceu em 15 de setembro de 1948.


No dia 1º de Janeiro de 1949. Bilégo, trazendo o arquivo da prefeitura em caixote de querosene mudou a sede da prefeitura. Sendo criada em 12 de novembro a comarca de Barra do Garças, passando a sede de juizado.


Tendo como superintendente o Dr. Archimedes Pereira Lima, a Fundação Brasil Central construiu as pontes do Rio Araguaia, do Rio Garças e a estrada até o Rio das Mortes no período de 1950 a 1954, que foi o marco da integração de Barra do Garças com todo o Brasil.


Com a chegada das Irmãs Salesianas em 1956, houve um grande desenvolvimento na área educacional.


Após ser instaladas mais escolas, bancos, energia elétrica, serviço de água e esgoto, asfaltamento, urbanização, comunicação e serviços públicos para atendimento a população. O progresso passou a ser constante. E com a chegada de empresas de outros estados, a iniciativa privada teve um grande impulso.


Sua população foi formada por pessoas vindas de vários estados brasileiros, incentivados pelo desdobramento do Oeste em busca do ouro e do diamante. Região desbravada pelo Marechal Rondon, na metade do século passado e efetivado pelos sertanistas irmãos Villas Boas, que abrindo picadas (com a Fundação Brasil Central), fez nascer no seu rastro várias cidades.


O tempo pássou, as pessoas foram chegando, e fizeram nascer esta maravilhosa cidade, à margem esquerda do Rio Araguaia, que delimita as fronteiras de Mato Grosso e Goiás. A região urbana conhecida como grande Barra é formada além de Barra do Garças, por Pontal do Araguaia (MT) e Aragarças (GO).


Barra do Garças possui uma população de 54.761 habitantes (IBGE - Senso 2010). Hoje se desponta com um futuro pólo de Saúde, Educacional, Comercial, Político e Turístico de Mato Grosso, pois qualidade é que não lhe faltam: Serras com dezenas de Cachoeiras, Praias, Rios, Águas Termais, além de uma série de atividades especialmente desenvolvida para proporcionar ao turista uma excelente estadia por aqui.

A LENDÁRIA PEDRA S.S. ARRAYA 1871


Barra do Garças surgiu também da procura de um tesouro lendário, que nas proximidades da Pedra “S.S ARRAYA 1871”, deve ainda estar escondido. Seus procuradores não lograram êxito do achado mas deixaram, para posteridade, plantada esta rica, hospitaleira e progressista cidade.


A lenda ou estória do frasco milhonário que foi enterrado por SIMIÃO DA SILVA ARRAYA, tem a seguinte versão: - a pedra S.S ARRAYA 1871, situada na foz do Garças com o Araguaia (hoje tombada pelo patrinomio público municipal), que atualmente esta localizada na praça dos pioneiros, onde supostamente a pedra foi marcada.


Nas palavras de José Pedro, morador que se localizou na área antes da influencia garimpeira, dizia ele que a inscrição foi feita por Simião da Silva Arraya um velho seu conhecido, quando regrassava do fim da Guerra do Paraguai, liderando uma caravana desmobilizada no presídio de Macedina, que fica acima da confluência do Garças a 20 KM.


Ao empreenderem um regresso fluvial para o nordeste do pais donde se originaram, e, ao pernoitarem no local onde haviam aquela pedra resolveram deixar esculpido aquela inscrição marcando as suas passagens pelo local.


Porem na versão de Raul José de Melo, antigo coletor das rendas estaduais de Registro do Araguaia e pessoa merecedora de credito que dizia ter em suas mãos a cópia de um testamento de um dos herdeiros daquele tesouro, o pai de marco Afonso. A versão é bem parecida mas tem outra historia.


Dizia Raul que no ano de 1871, o pai de marcos Afonso, Simião da Silva Arraya e outros dois integrantes, ex-combatentes da Guerra do Paraguai ao serem desmobilizados, resolveram iniciar uma garimpagem de outro na confluência do Rio Garças nas proximidades da barra do Córrego Voadeira.


Nas pesquisas encontraram muitos diamantes, que na época não haviam grande procura e de difícil comercialização. Sabedores do real valor daquelas pedras preciosas resolveram ir quando-as numa garrafa. De certa feita, acediado e atacado pelos índios Bororos, habitantes natos, onde possuíam aldeias no travessão da rapadura (atualmente a praia da rapadura acima da ponte do Rio Garças), resolveram empreender fuga e enterraram a garrafa de diamentes no monte de cascalho situado nas proximidades de uma grande pedra na beira do rio, quando foram homiziar-se nas fazendas da proximidade de Bom Jardim (Atual cidade de Bom Jardim-GO) para voltem logo que os índios abandonassem seu local de garimpagem. Em seguida iniciou-se o período chuvoso e o monte de cascalho foram emergido. Quando voltaram resolveram marcar a pedra que lhes servia de baliza ou orientação, fazendo a inscrição já comentada.


Durante alguns anos insistiram na procura da garrafa, e neste ínterim faleceu um dos donos, o pai de Marco Afonso, que em seu testamento usou as seguintes expressões: “Além dos bens deixados, meus herdeiros ainda terão direito a uma quarta parte na garrafa de diamantes que se encontra enterrado na confluência do rio garças, em local assinalado numa pedra com a inscrição: S.S ARRAYA 1871”.


Barra do Garças, assim parece que teve sua origem numa estória lendária de riqueza. No seu inicio muitos se estiveram presentes a procura de diamantes.


Tem sido insistentemente badalada pela imprença brasileira por ter sido palco de inúmeros fatos dignos de nota, dentre os principais:


- Quartel General da revolta Morbeck x Carvalhinho;


- Penetração da Marcha para o Oeste, Expedição Roncador Xingu e Fundação Brasil Central na conquista da Amazônia;


- A Revolução de Aragarças comandado pelo Major Veloso.



REVOLUÇÃO MORBECK X CARVALHINHO


Os motivos da Revolução Morbeck X Carvalhinho na década de 20 tiveram início quando o então Governador de Mato Grosso, Joaquim Augusto da Costa Marques, assinou a lei nº 707, de 15/07/1915 que dava concessão à multinacional inglesa, cujo nome era – "Cia. Indústria e Comércio" – uma mineradora, que tinha como objetivo explorar as jazidas minerais, metais, metalóides, fósseis minerais etc; existentes no vale do Rio Garças e seus afluentes, desde as cabeceiras até a sua foz no Rio Araguaia.


Dr. José Morbeck (engenheiro agrônomo) como Diretor da Repartição de Terras, Minas e Colonização de Mato Grosso na época, assinou um parecer contrário a esta lei.


Esta vergonhosa concessão (entrega do patrimônio nacional ao domínio estrangeiro) à – "Cia. Indústria e Comércio" – teve apoio também dos Governadores D. Aquino Corrêa, Coronel Pedro Celestino, e por trás outro Coronel, Antonio Mota Moreira, testa de ferro da cia. inglesa.


O governador Dom Aquino Corrêa desistiu de impor a concessão após receber do Dr. José Morbeck, um singelo, expressivo e histórico telegrama com os seguintes dizeres: "Ou cai a concessão ou arrebenta a revolução".


O governador Coronel Pedro Celestino nomeou Carvalhinho Delegado Especial da Região do Garças e do Araguaia, e agente arrecadador das minas dos garimpos. Forneceu armas, munição e 300 soldados que se juntaram aos jagunços e pistoleiros que o delegado contratou na Bahia, entre estes, o famoso Domingos Laborão que se orgulhava de aos 22 anos já ter matado 32 soldados. O governador para fortalecer esta determinação, contratou o capitão do exército Daniel Queiroz para comandar este contingente militar com a finalidade de eliminar Dr. José Morbeck e os defensores da área de mineração.


Durante o governo do Cel. Pedro Celestino Corrêa da Costa de 1922 a 1925, Dr. José Morbeck lutou a favor dos garimpeiros opondo-se também à abusiva cobrança de impostos em uma região em que o poder público era ausente, não dava assistência, e não prestava o menor serviço à população. Esta exagerada cobrança de impostos foi outra causa da citada revolução.


Outro motivo foi o massacre dos maranhenses no garimpo de Alcantilado no Córrego das Pombas no dia 22/12/1924, cujos responsáveis o então governador Cel. Pedro Celestino com o apoio do seu "testa de ferro" Carvalhinho, se calaram à punição deste ato desumano aos migrantes desta região.


Os maranhenses mortos nesta chacina eram na maioria, parentes do saudoso Senhor Ondino Rodrigues Lima, Prefeito em Alto Araguaia por vários mandatos.


Dr. José Morbeck reconhecido pelo escritor Durval Rosa Borges o qual conheceu sua história, como o primeiro nacionalista do Brasil; líder e defensor de mais de 15 mil garimpeiros, trabalhadores sofridos que moravam nesta região, gente que veio do estado da Bahia, Maranhão, Minas Gerais, e de outros lugares viajando à pé, à cavalo, sofrendo, adoecendo e perdendo entes queridos durante esta aventura. Por que de uma hora para outra estes trabalhadores teriam que entregar seus patrimônios construídos com o suor, lágrimas e dor para satisfazer os caprichos e interesses de governadores poderosos?




REFERÊNCIAS:


DINIZ, Zélia dos Santos. Conhecendo Barra do Garças. Barra do Garças: 31 de Marco, 1996.


VALDON,VARJÃO. Barra do Garças – Migalhas de sua história. Barra do Garças: 31 de Marco, 1985.




VALDON,VARJÃO. Barra do Garças – do passado ao presente: 1992.




Bilégo,antônio paulo da costa. Barra do Garças – memórias de um pau de arara – Um batalhão de história: Barra do Garças: 2009.

 
Informações e contatos: Ricardo Miranda - Condutor de Turismo
Representanre da Roncador Expedições
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e-mail/msn:
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